Cheers for me


Oi mãe, oi pai.

Já são praticamente 11 horas da noite e acabei de chegar em casa. Meus amigos fizeram uma pequena surpresa pra mim. Bebi muito, comi todas as coisas que eu não podia nem chegar perto (e ainda não posso). E ainda estou aqui caída na cama, com meu all-star rosa jogado em baixo de uma pilha de roupas, que estão ali desde o domingo. O teto continua no mesmo lugar, mas parece que minha vida está toda remexida.
Acordei com alguém falando no telefone. Com certeza era minha avó. Pelo jeito engraçado e a voz alta, podia jurar que ela falava com você mãe. Eu com minhas manias ingênuas pensei que pudesse ser sobre qualquer outra coisa.
Quando me toquei do assunto, perdi o chão. Juro que não sabia o que fazer. Não, não comigo. Não com meus pais.
Levantei devagar, como se nada tivesse acontecido. Pisei em alguma coisa no chão, mas nem parei pra ver. A conversa terminou quando eu cheguei. Os olhos de minha avó estavam meio inchados e vermelhos. Perguntei se estava tudo bem. Ela disse que sim e me abraçou. Naquele momento percebi que estava algo acontecendo de errado.
Tomei o café, sozinha. Todos já haviam se levantado, eu era a única que parecia sonhar. Tive vontade de me beliscar.
Peguei meu notebook, respondi todos os recados do facebook e e-mai’s. Atualizei o blog com a crônica que eu tinha preparado especialmente para esse dia. Nada de anormal. Mas o telefone, voltou a tocar.
Dessa vez percebi que minha avó dizia palavras de consolo e de calma. Tudo se acabou novamente quando ouvi a palavra “divórcio”, que várias vezes, repetiu-se entre “separação”.  Lembro que minha avó também disse que eu estava no computador. Mais uma vez, você nem pediu pra falar comigo.
Depois disso, eu almocei, fui trabalhar, recebi milhares de ligações que eu esperava ser de você, pai. Mas não era. Eram meus amigos. No caminho ouvi aquela música que me deixa pensativa. 3 Doors Down, costuma fazer isso comigo.
Fui para a escola e desabafei com um amigo. Chorei, expliquei, me calei. Não era hora talvez de tudo dar errado. E eu muito menos queria que vocês ficassem em um “loop”, brigando e discutindo sem um basta. Parecia que eu sou o problema. Eu disse que sempre era o problema.
Eu fiquei praticamente 7 anos longe de vocês. Era complicado ter que aguentar até o final de semana para poder contar o que eu tinha aprendido. Mas eu nunca liguei para isso, mas sempre me fazia falta.
Depois da escola, meus amigos pareceram me esquecer. Na verdade, era só uma surpresa. Ficamos até tarde comemorando. Eu parecia estar feliz, sem ficar pensando nos próximos dias. Mas quantas vezes eu deixei um sorriso no rosto quando queria chorar.
Era meu aniversário, eu queria que vocês estivessem ali, perto de mim e só queria que soubessem que vocês são os meus motivos de nunca desistir. Eu mesmo assim, amo vocês.


- Geissiane Aguiar

6 comentários

  1. ooo lindeza! Vem cá passar o seu aniversário comigo!

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  2. Chorei, muito linda ainda li escultando a musica

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    1. Oooooooxiii mais uma vítima do choro-do-texto! haha música perfeita né? *-* ♥

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    2. A musica é uma das minhas preferidas!!

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    3. Se ouvir Deep Iside Of You do Third Eye Blind vai se apaixonar também *-*. (Mas tenta ouvir ela na voz do Brad Arnold :))

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