Conselhos para uma menina de dez anos (e para mim)

 

Filha,
você está com 10 anos agora. Que idade bonita. Não é nem muito criança nem grande demais para se fechar em si mesma. Os mistérios do mundo continuam aí, à sua frente, e você ainda é sensível a eles.
Continua no ar a magia das assombrações, a magia que não tocamos nem vemos, mas que se percebe ao nosso redor. Continua o medo do escuro, e você correndo para a minha cama antes que eu possa impedir. Tem ainda fresca a tela infinitamente colorida da imaginação, mas também já descobriu a pequenina e poderosa lâmpada da razão, sabe onde está a luz do livre pensar. Já sabe respirar fundo e atravessar a rua – a rua, filha, tão assustadora rua, que parecia infinita e intransponível ainda ontem, mas que logo você vai dominar. Dá os primeiros passos no teu próprio caminho.
Queria te dizer umas palavras, filha, e registrá-las aqui para que não possam nunca se perder. Guarde com você, de todas as formas. Mesmo quando brigarmos, quando amar e odiar tudo misturado ao mesmo tempo – a mim e ao mundo –, quando o horizonte se alargar até sangrar a vista e você chorar diante de tantas opções que não acabam nunca: tenha estas palavras perto de você.
 ***
Eu queria dizer o óbvio, filha, porque pouca gente enxerga ou diz o óbvio hoje em dia, e é importante lembrarmos das pequenas coisas. Eu queria que você cultivasse a vida inteira muito bom senso, inclusive para me contrariar. Isso resolverá mais da metade dos teus conflitos. Um pouco de bom senso (equilíbrio e capacidade de se colocar no lugar dos outros) antes de falar, agir, condenar, e você terá mais paz em tudo.
Pense que para tudo na vida existe um caminho do meio, e que no meio do caminho é normal a gente fraquejar. Mas nós seguimos, filha, porque é o certo a fazer – ainda que sigamos por outro caminho, porque não há problema em mudar de ideia ou de caminho. E em tudo o que fazemos nos doamos. Você não deve entrar em nenhum projeto sem se dedicar a ele. Jamais peça para assinar trabalhos dos outros na escola. Também não cole nas provas, não ceda.
As provas são quase sempre meio bobas, filha. As provas de matemática, português, todas elas. Eu quero que você tire dez em todas, é claro, mas sobretudo quero que você seja feliz, e que tire dez na vida. Os prêmios, filha, aqueles de bom comportamento, ou a opinião boba dos outros, elogios de quem mal te conhece, essas coisas não valem quase nada. Esteja em paz consigo, goste de quem você é, orgulhe-se de si, e não de coisas circunstanciais como uma nota ou um desenho ou o elogio de um estranho, e você vai ser bem mais feliz.
Todo o mundo o tempo inteiro vai tentar te seduzir para a mediocridade, como se houvesse uma grande seita de mediocridade no mundo. Agradeça e recuse. Procure ser grande, e não importa se está servindo mesas – há uns anos você me disse que queria ser garçonete, e brincava de me servir o café da manhã com carinho e presteza – ou se está pesquisando a cura do câncer. Seja grande no seu mundo, ainda que o seu mundo seja pequeno. Isso não tem importância.
Mas o que eu queria dizer mesmo é isto: o melhor da vida é a vida. Pode parecer uma bobagem, e perdoe a redundância. O melhor da vida é a vida, é tudo o que está vivo, Alice. Quando eu digo isso, digo que você não se aborreça nem encante com objetos. Nada do que não tem vida merece muita estima: nem roupas nem sapatos nem carros nem pianos nem a mobília que o cachorro arranhou nem as bonecas da Monster High. O mundo tem milhões de Draculauras. Elas estão todas reluzindo em suas caixinhas de plástico e papel. Mas a Draculaura é só um pedaço de plástico bonito, filha, e, a não ser que esses objetos nos remetam a pessoas e memórias especiais, eles são bobos.
O melhor da vida são os seres vivos, trate-os bem. Estou falando das suas amigas, da família, mas também dos cachorros e animaizinhos e das plantas, daquelas flores do jardim – brigamos quando você as amassou, lembra? Cuide de tudo o que tem vida. Você pode ter todas as bonecas do mundo e não curtir mais do que um sorvete comigo à tarde. Não tem nada melhor do que tomar sorvete contigo à tarde (e é por isso que quando amassaram o carro novo ou quando roubaram o antigo eu não me importei muito, nem quando o cachorro destruiu aqueles chinelos nem quando quebramos os copos; essas coisas não têm vida, e, mesmo que sejam caras, estão mortas. Ninguém deve chorar um relógio perdido).
Trate bem as pessoas. Se você puder ajudar alguém, ajude. Às vezes um gesto que não lhe custa muito pode mudar a vida de alguém. Eu passei muitas vezes por isso, indicando alunos para trabalhos, conversando com escritores iniciantes, ouvindo desabafos. São coisas que não me custaram muito – às vezes, menos de dois minutos. Mas, em alguns casos, fizeram muita diferença. Ajude, se puder.
Mas também não se sacrifique demais, isso não é bom.
Ponha-se em primeiro lugar, sempre, no sentido de procurar estar bem antes de fazer o bem. Alguns vão torcer o nariz e podem dizer que isso é egoísmo, mas não ligue. Lembra das instruções do avião? (Tenho tanto orgulho de você voando sozinha para me ver, vencendo o medo.) Eles dizem que, se caírem máscaras de oxigênio do teto, você deve pôr a sua antes de ajudar a pessoa ao seu lado. Eu quero que você seja assim na vida: quando faltar ar, cuide primeiro da sua reserva, e depois imediatamente faça tudo o que puder para ajudar as pessoas à volta. Sem o seu próprio ar você desmaia, filha, e não ajuda ninguém.
E lembre-se: seja gentil. O mundo não será gentil com você. Ele vai bater, atropelar, esmagar sem que você se dê conta (até que esteja caída). Você não precisa revidar à altura, não precisa quebrar a cara do mundo – até porque isso é impossível, ele é muito grande e disforme, e você é só uma garota. Mas você vai levantar, sempre. Você sempre vai levantar, não importa a altura do tombo, e vai seguir em frente sem confundir o buraco com o chão, a parede com o horizonte. Não ache que o mundo é horrível porque há tantos horrores nele. Não perca a perspectiva das coisas. Um dia é só um dia, e você terá uma vida longa pela frente. Aprenda com seus erros e siga adiante.
Não se preocupe, também, se não alcançar o pico da montanha. Não se cobre demais, não se exija demasiado. Não seja nem medíocre nem paranóica. Dê o seu melhor e vá descansar. É justo.
Nos intervalos, leia muito. Literatura, filha, romances desses em que vivo enfiado. Você nem imagina como isso fará diferença na sua vida. Não para passar numa prova, mas para encarar um namorado, um desafio, medo e dúvida, o mundo, o tudo.
Esqueça “certo” e “errado”. Não sinta culpa por mais de um dia. Viva com amor e alegria, seja justa e equilibrada (jamais “boazinha”). Não tome carona com pessoas embriagadas – teu tio quase morreu nessas – não use drogas, cuida do teu corpo e cabeça, não faça nada estúpido para se enturmar com pessoas estúpidas. (Lembre: bom senso.)
Não é só do alto da montanha que a vista é bonita. Desde o chão a gente pode achar flores – lembra como achamos pequenas flores, trevos de quatro folhas, gatos escondidos sob carros, cachorros vadios, pedras bonitas, perfumes e pássaros num simples passeio pela quadra?
A vista é bonita durante boa parte da caminhada. Se não for, transforme-a. Se não puder, apresse o passo. Chore, se for preciso, e não tenha vergonha disso. Só não fique parada. Cultive o seu jardim.
Seja otimista, porque no fim tudo dá certo, sempre. Se as coisas não parecem ainda certas é porque você ainda está no meio do caminho, e não no fim.
Seja otimista, mas não esqueça de cultivar o seu jardim.
- Renato Essenfelder

O aniversário é dos blogs, mas quem ganha é você!

Olá leitores, como vão?

Neste próximo mês de Abril, os blogs Escrev'Arte e Uma Dose de Palavras completam seu primeiro ano de vida!!! E para comemorar, nada melhor que uma big promoção, não acham??


Um recado para a minha inspiração




Eu nunca fui a melhor pessoa em demonstrar meus sentimentos. Na verdade, eu sempre fui daquelas pessoas que possuem um pouco de medo de estar confusa com as coisas que sempre estiveram na frente do meu nariz.

Quando somos realmente machucados por uma pessoa, ela acaba destruindo nossos sentimentos por ela. A única maneira que eu consegui controlar as minhas decepções, era escrevendo- e muito. Seja qual for eu não sei se eu consigo mudar os sentimentos e nada será mais como antes. Mas e com o tempo? Será que ele consegue reatar sentimentos que antes, pareciam nos sufocar de tal maneira, que simplesmente esquecemos de tudo o que passamos? Era só você me dizer oi que eu já me sentia livre.

Todos os dias eu me esforço para ser uma pessoa um pouco melhor, para deixar de ser cabeça dura e para pensar da melhor forma possível. Quando acordo, logo penso: que eu seja melhor que ontem. Que minha cabeça esteja mais aberta, que meu humor esteja melhor, que eu não brigue por besteira, que eu não cometa os mesmos erros do passado, que eu tenha serenidade, que eu consiga vencer o dia, que eu saiba discernir o amor das coisas boas. Mas você me conhece, eu faço tudo errado.

Eu também tenho sentimentos e sei que você também tem. E eu agradeço por todas as vezes que você simples disse algo e me fez entender algo errado e simplesmente me davam mais energia para poder continuar. Eu não seria a pessoa que sou sem você. Eu não conseguiria nunca expressar meus sentimentos, se eu não sentisse nada. As pessoas, nunca me compreenderiam de tal forma e meus sonhos nunca se tornariam realidades.

Você fez parte da minha metamorfose, da parte em que eu descobri quem eu realmente era e você não teve medo de me ajudar. Se eu sou o que sou, algo eu devo a você.

Eu nunca vou te esquecer. Mesmo que passe cem anos, eu sempre terei algo para olhar e lembrar de que um dia, você fez uma participação especial desse teatro que se chama vida. Gosto da sua voz, gosto do seu jeito, mas gosto mais ainda da sua amizade e das coisas que você diz. Um dia a gente se encontra e eu cobro o abraço, que você nunca me deu e mereceu. Eu vou ser feliz, mas eu torço que você seja mais ainda.

- Geissiane Aguiar


App do dia: Relembrando os velhos tempos com o Tamagochi!

Tamagochi Life é o aplicativo ideal para você que cresceu em meados da década de 90, e se divertiu bastante com o Tamagochi, o brinquedinho eletrônico cujo objetivo do usuário era cuidar de um pequeno “ser vivo” na tela do produto. Dar comida, colocá-lo para dormir e brincar estavam entre os deveres do gamer para proporcionar uma longa vida a seu amigo virtual. Agora, esta moda renasceu e pode estar no seu celular com Android (2.3 ou superior).


Em comemoração ao aniversário da franquia, a empresa Bandai resolveu lançar uma edição mais moderna e atualizada do bichinho virtual. Agora, ele é colorido, oferece diversas novas opções e os “animaizinhos” podem ser customizados. Se você era apaixonado pelo Tamagotchi, vale a pena conferir esta versão.
O funcionamento do game é simples. Na tela de início, basta tocar para iniciar a aventura. Depois, você irá personalizar o seu boneco. Assim que terminar de adicionar as características dele, o bichinho aparecerá em uma tela com diversos ícones. São as opções de ações que o usuário poderá realizar. Entre elas estão dar comida, levar ao médico, brigar, jogar, colocar para dormir e muito mais. Conforme o tempo vai passando, você vai recebendo objetivos e desbloqueando novas possibilidades.
Vale ressaltar, no entanto, que alguns problemas podem acontecer com os usuários de contas brasileiras no Google Play. Parece haver uma restrição para downloads de perfis do Brasil na loja virtual do Google para este game. Ao tentar baixá-lo no link do site, há a seguinte mensagem de incompatibilidade: “Este item não pode ser instalado no país do seu dispositivo”. Caso você possua uma conta e/ou um aparelho do exterior, comprado nos Estados Unidos, por exemplo, conseguirá baixá-lo sem problemas.
Instale o Tamagotchi Life e divirta-se ao relembrar a infância!

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