A imaginação mais linda que eu já tive: Charlie.



- Charlie! Charlie! – Eu gritava sem resposta pelos corredores. – Por favor, Charlie!
Meu corpo não era mais o mesmo e eu não conseguia respirar bem. Soluçava baixinho e limpava o peito. Porque eu o deixei ir?
Cai de joelhos e com a mão no rosto, comecei a chorar.
- Charlie...
Ouvi um sussurro baixinho quase como um supro. Olhei para os lados, mas era a minha imaginação. Senti um arrepio na pele e um cheio adocicado de flores.
- Por favor, Charlie. Eu sei que te pedi para ir... Por favor, me ajude. Eu sei o quanto eu fui insensível com você. Eu só queria te dizer, que você pode ir quando quiser. Você é livre. Lembra das meias? Eu te devolvo elas. Porque você me fez livre, e transformou meus dias cinzas em uma imensidão de cores. Eu... – senti um outro calafrio e o cheio de flores ainda mais forte. – Eu... – Senti uma pontada no peito e tomei ao chão.
E quando acordei, eu era fruto da imaginação de Charlie.
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