Encerrando ciclos


Se você quiser ir, já sabe. Vou te guardar no coração.

Você dilata a minha pupila e faz meu coração virar escola de samba.

Se eu soubesse que talvez, aquela fosse a última vez que te toquei, eu teria enfrentado a estrada debaixo de uma chuva forte às 3:42 da manhã se fosse preciso. Só pra sentir o seu abraço, mesmo que fosse por alguns segundos.

Eu teria me arriscado mais à abraços inúteis que me deixam a certeza de segurar algo que eu vou ter que deixar ir.

Eu espero que você encontre alguém que te abrace e junte todos os seus pedaços.

Vi que, independente de tudo e acima de qualquer coisa, o amor é um sentimento que vive em mim, que caminha ao meu lado, que me acompanha aonde quer que eu vá. Não posso me perder dele, tampouco abrir os dedos e deixar que ele se vá. É por isso que eu acho que a gente deve cuidar de quem ama como se fosse a primeira vez. Mas eu não posso e não devo.

Por mais que doa, preciso da minha dor. Ela faz de mim, quem eu sou. Ela me faz ser uma escritora melhor. Uma pessoa melhor. Faz de mim a sua mais que irmã. O Ed me disse uma vez que é preciso dar tempo ao tempo. Só mesmo o tempo para amadurecer projetos, trazer esquecimento e curar um amor ferido.

Eu sou assim, ligada na tomada. Sempre querendo encontrar uma razão pra tudo. Pessoas como eu sofrem mais. Se decepcionam. Por outro lado, crescemos. Evoluímos. Amadurecemos. Nada é estático em nossas vidas. Nada é à toa. Tudo ganha uma compreensão, tudo é degrau, tudo eleva. Obrigada por ser meu degrau até o céu.

Eu sou de carne e osso e não sei ser apenas uma pedra no seu sapato ou uma carta no baralho. Eu sou de carne e osso. Sou fraca. Sou apegada. Sou o problema. 

Eu vou ficar bem. Prometo. Mas é difícil deixar alguém partir assim, sabe?

Te eternizei aqui, para o resto dos meus dias.

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Encerrar ciclos.

2 comentários

  1. Estou a tentar visitar todos os seguidores do Peregrino E Servo, pois por uma acção do google meu perfil sumiu e estava a seguir o seu blog sem foto e agora tive de voltar a seguir, com outra foto. Aproveito para deixar um fraterno abraço e muita paz e saúde.
    António Jesus Batalha.

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  2. Oi Geissiane! Tudo bom?

    Aqui é a Luiza Paes, escrevi 'Amaríssimo" sob o pseudônimo Clarice Paes, pela Editora Ocelote em 2013. Espero que você lembre de mim, fizemos uma entrevista que eu guardo com muito carinho.

    Ano passado lancei meu segundo livro, dessa vez de poemas, chama "A Rosa Louca", pela Editora Chiado. Queria saber se posso te mandar dois exemplares: um para você resenhar e um para sortear entre seus seguidores.

    Pode me responder em luizapaesslima@hotmail.com

    Obrigada!

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