Sem título, com motivos e muitas razões

Eu gostava de você. Sempre gostei. Desde a primeira vez em que te vi. Acho que você sempre soube disso e se fazia de sonso. Engraçado né? Parece que as pessoas que você mais ama são as que mais te decepcionam. Confiamos demais nelas. Eu confiei. Contei as piores e melhores coisas da minha vida a você. Tentei te ajudar. Arrependi. É nessa parte que eu coloco a minha música preferida, que relata o que eu realmente sinto e começo a escrever no bloco de notas. Mais uma vez. Todos esses anos desabafando, tentando ser uma pessoa legal, tentando entender o que se passava na sua mente. Eu realmente sou tola. Você provavelmente não está nem ai. Nunca esteve mesmo.

Mas eu só queria dizer que sou igual às outras pessoas. Eu possuo todos os direitos de dar as minhas opiniões e de que as respeitem. Está escrito no estatuto para quem quiser comprovar.

Um copo de vidro, ou qualquer coisa semelhante, quando é quebrado, nunca mais volta a ser o mesmo. Você pode juntar as peças, colá-las com supercola, mas nunca segurará o mesmo conteúdo. Ele se esparramará devagarzinho pelo chão. Os nossos sonhos, também são assim. Quando são destruídos, tudo passa a ter menos sentido. As coisas parecem querer brincar com a sua cara. As árvores do meu quintal riem de mim todas as vezes que saio. Elas parecem dizer: “Lá vai ela, sem sonhos e sem razão.”

Meu coração nunca soube o que era rancor. O dicionário do Google diz que é uma mágoa profunda, ocasionada por uma ofensa recebida ou instigada por situações anteriormente vividas; grande ressentimento. Um excesso de ódio guardado, ódio não demonstrado, raiva ou ira. Com certeza, ele ficará sem entender. Mas ele sabe muito bem o significado de nojo e de caráter. Caráter é aquilo que você é quando ninguém está te olhando. Mas não significa que as pessoas devem mudar quando estão perto de outras. Estávamos todos olhando. Eu estava.

Eu nunca disse isso, talvez por falta de coragem. Mas eu preferiria outras pessoas ali. Pessoas que estivesse à disposição de me ajudar quando eu realmente precisasse e quando as outras pessoas também. Era o que todos nós queríamos. Mas eu levo a vida para o lado pessoal. Sempre foi assim. Desde pequena.

Desde que comecei a escrever. Talvez esses choros involuntários, fossem para definir o meu caminho. Quero que vocês estejam foram deles. Obrigada por me fazer chorar. Era tudo que eu realmente necessitava.

As borboletas no meu estômago não são mais por amor. É de enjoo e medo. Medo de que repitam isso com várias outras pessoas sem que eu possa fazer nada. Medo de minhas mãos estarem atadas ou de estar longe demais. Eu avisei. Ao menos eu fui uma boa amiga. Melhor do que você. Que a vala da solidão se abra aos seus pés. Que ela sugue todas as suas forcas e que vocês precisem de minha ajuda. Obrigada por me fazerem desistir. Sem essa de desculpas. Eu odiaria ter que conviver mais um pouco com pessoas do seu tipo.

Duas pessoas ai dentro já não dá pra suportar. Assim como existem dois lados de cada história, existem dois lados de toda pessoa. Um lado que revelamos ao mundo e outro que mantemos escondido. Mas que no final, sempre vem à tona.

Que as portas que se abram pelo caminho, sejam melhores do que essa.

Obrigada pessoas, que já não estão mais nas minhas listas de contatos. E nem mesmo, no meu coração.

 – Os pingos da chuva às vezes nos faz bem, as vezes fazem mal. Geissiane Aguiar