Minha
mãe ligou cedo. Disse que iria passar o fim de semana comigo. Há muito tempo
que não via papai e mamãe. Saudade. Isso me lembra de que tenho de arrumar a
casa inteira. Toda bagunçada. Quase não tenho tempo de arrumar. Deixar ela bem
limpa. Como mamãe gosta. Mas agora estou enfrentando a fila enorme do
supermercado. Enorme mesmo. Eu ainda acho que me esqueci de algo. Mas algo me
chamou a atenção lá pra fora. Duas garotas de mesma idade. Parecia-me alguém
familiar. Talvez alguma prima ou uma conhecida da família. Lembrei. Uma antiga
amiga minha. Incrível. Como amizades podem se desfazer tão fácil assim? Dizíamos
ser melhores amigas. Sempre estávamos juntas. Juramos ser amigas pra sempre. Mas
lá está ela. Com outra garota. Sorrindo. Com certeza sua atual melhor amiga. Estranho.
As pessoas te substituem. Assim, do nada. Sem mais nem menos. Em um piscar de
olhos. Como se fossemos um objeto descartável. E agora eu aqui. Sozinha. Talvez
nossas mentes não sejam iguais à antes. Talvez devesse marcar um dia pra
conversar com ela. Botar o papo em dia. Relembrar os velhos tempos. Ela lá. À exatamente
quinze passos de mim. Minha ex melhor amiga. “Moça”. “Moça!”. “Sua vez”. Era a
balconista me avisando. Eu continuava pensando. Talvez a limpeza não deveria
ser feita só na minha casa. Quem sabe na minha vida também. Pensei. Quem sabe.
Amizades que vão
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Minhas crônicas

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