Mas
é que no fundo eu sei o que eu sinto e o que eu quero. Eu quero sair correndo
livremente por ai sem me preocupar com alguém que fique pegando no meu pé
querendo tomar conta dos meus passos. Alguém que fica me ligando ou me mandando
mensagens de hora em hora pra saber o que estou fazendo ou o que eu pretendo
fazer. Eu quero liberdade. Eu necessito de liberdade.
Eu
quero um tempo. Eu preciso de um tempo. Colocar as coisas nos seus devidos
lugares, e pôr um fim nos porquês. Nada melhor que poder sentir a brisa fresca
em meu rosto. Preciso sentir a natureza e aproveitar os lugares a minha volta.
Quero ler minha nova coleção de livros que há mais de um mês não leio, por
falta de tempo.
Quero
voltar a fazer as coisas que fazia antes. Quero assistir meus filmes que eu
assistia todos os finais de semanas. Eu toparia desde Harry Potter até A Dama e
o Vagabundo, ou até mesmo ficar assistindo meus desenhos favoritos debaixo do
cobertor quentinho em um dia frio. Quero sair, pra comer no Harley, sem ter
hora pra voltar. Ficar observando as pessoas passarem por debaixo da goteira que pinta cada vez mais lenta, em
um dia de chuva.
Quero
escrever crônicas bebendo um quente café Expresso, enquanto penso em momentos que
vivi no passado, que foram especiais pra mim. Momentos que você não estava em
meus planos.
Quero
sentar na grama de Paris, observando a Torre Eiffel, tentando decifrar as
formas das nuvens de algodão, enxergando coelhos, aves e outros animais. Quero
dormir agarrada com meu Yoshi roxo, que ganhei de presente da minha mãe no meu último
aniversário, época que ela dizia que não era para ficar perambulando de meias
branca pela casa.
Quero
tocar meu violão velho e todo sem cor, as músicas que eu mais amo, altas horas
da noite até os vizinhos me pedirem ou implorarem para parar. Ficar até tarde jogando Diablo 3, Mystic
world, Zelda ou até mesmo o meu velho Ragnarok. Comer um balde de porcarias,
jogada no sofá, sem ninguém para me perturbar.
Quero
sair para conhecer o mundo, conhecer novos lugares e culturas diferentes. Eu
quero escrever um livro sobre a minha história. Ou talvez uma em que sou a
mocinha e que o príncipe encantado vira um sapo no meio da história e, no
final, eu me apaixone pelo vilão. Afinal, príncipes não existem mesmo.
Quero
mudar meu cabelo, o meu estilo, quem sabe. Cortar e fazer mechas coloridas que
realçassem meu tom de pele branca. Quero vencer os meus medos, por mais
estranhos e minúsculos que eles sejam, podendo fazer tudo aquilo que eu não
imaginaria que conseguisse.
Quero
poder sair abraçando cada um que precisar e que se sentir bem dentro dos meus abraços,
seja quem for.
Quero
evitar ficar pensando em você ou ter que dar satisfação para alguém que não
seja a minha mãe.
Eu
quero o meu bem, porque querer o dos outros não é fácil.
Eu
quero ser feliz. Eu quero te fazer feliz. Mas tenho medo que as duas partes que
estão aqui dentro não consigam. Eu tento. Juro que tento. Mas é que tem coisas
que eu tenho que fazer por mim, e não por você.
– Geissiane Aguiar, Ninguém nunca vai saber de tudo.
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