Diário de um Adolescente Hipocondríaco
O adolescente
hipocondríaco que escreveu esse diário é Peter Payne, um inglês de 14 anos que
têm duas irmãs: Sally (a mais velha, 17 anos) e Susie (a mais nova, 12 anos),
pais normais, enfim, uma família britânica comum.
Sabemos que a
adolescência é uma fase difícil da vida, com muitas mudanças, descobertas e
dúvidas; ah as dúvidas, são elas que aterrorizam os pensamentos de Peter,
principalmente com relação a sua saúde a as mudanças que ocorrem com o seu
corpo. Como esse garoto me fez rir com esse livro! A primeira gargalhada que
soltei foi quando a professora de biologia lhe disse que ele estava tendo um
ataque agudo de hipocondria, ele começou a perguntar quais eram os sintomas e
achou que estava à beira da morte.
Mas simpatizei com
o Peter, principalmente por que ele vai atrás de esclarecer todas as suas
dúvidas, é obcecado por dicionários de medicina e não faz rodeios para
consultá-los. O livro é cheio de curiosidades, tenho que destacar as
relacionadas aos números do corpo humano como a quantidade de células, o
cálculo do número de vezes que o coração do menino já bateu, a metragem das
veias e artérias, e as estatísticas acerca de cada doença que assombra o
protagonista.
Peter passa por
problemas com espinhas, fraturas, queimaduras causadas pela exposição excessiva
ao Sol, odores que seu corpo começa a produzir, e higiene pessoal entre outras
coisas; preocupa-se com suas medidas como o peso a altura e é claro, como todo
garoto que começa a descobrir a sua sexualidade, o tamanho do seu pênis.

Esse lance da
sexualidade é o que realmente marca a adolescência, um dia se repudia o sexo
oposto e no dia seguinte ele é tudo o que se deseja; aquela fase da vida em que
segurar na mão do doutro nos deixa extremamente nervoso, a ansiedade pelo
primeiro beijo, o desejo de ser correspondido.
Peter nutre uma paixão platônica por sua colega de escola Cila; fiquei
com tanta pena dele quando ela foi ao cinema com um amigo e não com ele.
Para que o livro
não ficasse totalmente voltado aos meninos, os autores Aidan Macfarlane e Ann
Mcpherson também escreveram sobre o dia em quem Peter encontra o diário de sua
irmã caçula Susie, lá ele passa a conhecer também as dúvidas femininas da
adolescência; como a primeira menstruação, o crescimento dos seios e também
aquelas que são comuns aos dois, por exemplo: como lidar com o turbilhão de
hormônios que surge de repente?
Falando assim até
parece que é um livro educativo, se for eu realmente não percebi esse lado,
achei que o DIÁRIO DE UM ADOLESCENTE HIPOCONDRÍACO é informativo, curioso e
muito, mas muito engraçado. Creio que o humor da história fica por conta da
inocência e do desconhecimento que Peter tem a respeito destas questões,
talvez, se eu tivesse lido o livro enquanto estava nessa fase da vida eu
encontraria no livro respostas e não graça, é algo que depende mais do perfil
do leitor do que do livro em si.
O que posso
afirmar com certeza é que Peter Payne é hilário, dei muitas risadas com a sua
preocupação em esconder as primeiras penugens do seu futuro bigode, o seu tombo
de bicicleta, o seu primeiro porre e o seu primeiro beijo. E quando terminei de
ler, fiquei saudosa da minha adolescência, aquela fase da vida que apesar das
dúvidas, nos traz menos complicações e responsabilidades do que a vida adulta!
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